domingo, 9 de outubro de 2016



Precisamos falar sobre o fato de sermos pessoas fechadas. Não sei se vocês em algum momento se enquadraram no que chamo de “autoexclusão”, mas é um fato que atualmente está muito em alta, negando ou não. O mal da nossa geração é que os problemas da sociedade e a forma que fomos crescendo nos formaram como pessoas que se protegem umas das outras. Incluindo-me nisso, claro!

A maior fonte de informação disso é a internet, que volta e meia mostra em um post do Facebook o quanto “ficar na Netflix é melhor” ou até mesmo resquícios de um pequeno relato de que o coração foi machucado por várias pessoas. Confiar está sendo complicado, né? Me uso como exemplo, esses dias eu postei que faço muitas coisas por proteção, mas cara, muita gente também faz. E todos têm motivos pra isso. Na vida muitas vezes quebramos a cara por conhecer pessoas novas, por acreditar demais em alguém ou pelo simples fato que nós, humanos, não controlamos nossas emoções. Isso se repete e acontece de novo por vezes, até o momento em que pensamos “poxa, não aguento mais!”. 

Nesse momento se inicia a tal autoexclusão, que pode acontecer bem lentamente. Um oi que não foi dado, por não ter sido iniciado pela pessoa “B”. Um possível relacionamento que deixamos de lado porque nossa cabeça formou o forte pensamento de que vai dar errado. Um vício em coisas que não envolvam falar, ou não envolvam pessoas. As conversas rasas que temos em boa parte do dia, porque fala sério, quem realmente quer saber o que eu gosto? Até que chegamos ao ponto em que nos questionamos se essa realmente é a coisa certa a se fazer.

Não é, por mais complicado que seja admitir, e eu nem posso falar que já consegui lidar completamente com isso. É um daqueles problemas que vamos arrastando, mas que em algum momento a gente para e percebe que não está sendo legal. Vamos trabalhar sobre isso, afinal é um medo muito comum. Daí você diz “Ta, eu devo realmente aceitar o que tu está falando e me ferrar de novo?”. 

E aí eu explico que não é uma obrigação imposta por mim, mas que seria bom iniciar por aí. Essa coisa toda faz parte da convivência, faz parte do processo que é sermos pessoas. Do mesmo modo que você se feriu em algum momento, feriu outro alguém também. As coisas não acontecem de propósito, é apenas o ciclo. Temos a necessidade de aprendermos com ele. Difícil, eu sei, mas cá entre nós, se a gente não tentar mudar nunca, quem vai mudar por nós?

- Karolayn Pedroso

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